Moçambique: Fomos roubados pelo Presidente Nyusi, reivindica líder da Renamo

O presidente do principal partido de oposição de Moçambique, a Renamo, Ossufo Momade, afirmou no domingo que o partido venceu as eleições locais e não reconhece os resultados anunciados pelos órgãos eleitorais, denunciando uma ‘mega fraude’ para ‘manter’ Filipe Nyusi e a Frelimo no poder em Moçambique.

 

A mega fraude, a manipulação dos resultados eleitorais, tem como objetivo criar um ambiente de guerra para que Filipe Jacinto Nyusi [Presidente de Moçambique] e o partido Frelimo permaneçam ilegitimamente no poder’, disse o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, o maior partido de oposição), em Maputo, no final de uma reunião extraordinária e prolongada da Comissão Política Nacional.

 

A reunião serviu para analisar ‘o desenrolar do processo de votação e tabulação’ das sextas eleições locais realizadas em 11 de outubro em 65 municípios, nas quais os órgãos eleitorais anunciaram a vitória do partido Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, o partido no poder) em pelo menos 45 e uma para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com a Renamo até agora perdendo todos os oito municípios que controlava.

 

É uma verdadeira aniquilação da democracia em Moçambique’, disse Ossufo Momade, e o órgão do partido, portanto, responsabiliza o chefe de Estado nas conclusões desta reunião: ‘Responsabilizar o Presidente da República e a Polícia da República de Moçambique por toda a instabilidade e agitação social resultante da fraude eleitoral.

 

A Comissão Política Nacional ficou muito satisfeita ao constatar que o partido Renamo venceu as eleições locais’, disse o líder do partido, citando os dados da contagem paralela com base nas atas das assembleias de voto e criticando a Comissão Nacional de Eleições (CNE) diante do ‘cenário de autêntica negação de eleições livres, justas e transparentes’.

 

Ele afirmou que o partido decidiu ‘não aceitar e repudiar todos os resultados eleitorais que estão sendo divulgados’: ‘Onde vencemos, queremos a vitória. Não é um partido específico que pode adiar a vitória.

 

Ele apontou os municípios de Nampula, Quelimane, Vilanculo, Angoche, Nacala, Ilha de Moçambique, Matola, Marracuene e Maputo como exemplos da vitória da Renamo nessas eleições, afirmando que as ‘atas afixadas nas paredes’ imediatamente após a contagem dos votos são prova disso.

 

Mas ele foi instruído pelo Comité Central [da Frelimo] a mudar o cenário. E não vamos aceitar’, disse.

 

A Renamo reclama que ‘em vários municípios, os cadernos eleitorais entregues aos partidos políticos eram diferentes dos existentes nas assembleias de voto’, o que ‘impediu os delegados dos candidatos de monitorar e controlar a votação’.

 

Além disso, ‘em quase todos os municípios, quando os resultados davam uma grande vantagem ao partido Renamo, a polícia invadiu as assembleias de voto, disparando e lançando gás lacrimogéneo para interromper a votação em curso’. ‘E depois levaram as urnas para um local desconhecido, sem a companhia dos delegados dos candidatos, do pessoal das assembleias de voto e dos observadores’, denunciou.

 

Ele também disse que nos municípios onde a Renamo venceu as eleições, ‘foi instruído aos presidentes das assembleias de voto que não preenchessem as atas’.

 

Assista no link abaixo:

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