Cabo Delgado: Forças ruandesas ficam até ao final da reconstrução

A missão militar do Ruanda em Moçambique deve prosseguir até à conclusão do processo de reconstrução das infraestruturas destruídas pelos terroristas em Cabo Delgado, bem como o regresso da população às suas áreas de origem.


O anúncio foi feito sexta-feira pelo presidente do Ruanda, Paul Kagame, durante a visita que fez com o Presidente da República, Filipe Nyusi, ao contingente do Exército e Polícia do Ruanda e das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), estacionado na Base Naval de Pemba, capital da província de Cabo Delgado.


O Governo aprovou, na 32ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, o plano de reconstrução de Cabo Delgado, que deverá decorrer de 2021 a 2024, bem como os mecanismos para a sua implementação, cujo orçamento será conhecido nos próximos dias.


Dirigindo-se às duas forças, Paul Kagame afirmou que o trabalho desenvolvido pelas tropas conjuntas é de reconhecido mérito, pois está a culminar na recuperação de áreas que haviam sido ocupadas por terroristas nesta província.


Entre as áreas recuperadas destacam-se a vila portuária de Mocímboa da Praia, Awasse, a localidade de Mbau e o distrito de Palma, agora sob o controlo das forças conjuntas de Moçambique e do Ruanda.


“A missão das tropas ruandesas em Moçambique continua. A nova acção deverá ser garantir a segurança das zonas libertadas até ao fim da reconstrução ”, disse Paul Kagame, afirmando que este trabalho deverá ser feito também em parceria com o Exército de Moçambique, que deverá definir as áreas de acção conjunta.


Kagame reconheceu a sensibilidade da missão de seu exército, afirmando que pode haver sacrifícios ao longo deste caminho, mas a causa da erradicação do terrorismo é importante. “Perder um homem é o mesmo que perder muita gente”, lamentou.


A Força de Defesa do Ruanda (RDF) e a Polícia da República do Ruanda estão no país desde 9 de julho, com um contingente de 1.000 membros, para apoiar as Forças de Defesa e Segurança (FDS) na erradicação do terrorismo.


A erradicação do extremismo violento em Cabo Delgado também conta com a intervenção de uma missão militar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) (SAMIM), activada a 9 de Agosto.


Em declarações na Base Naval de Pemba, o presidente Filipe Nyusi disse que, ao recuperar as áreas sob o controlo dos terroristas, as forças conjuntas de Moçambique e do Ruanda estão a libertar a humanidade.


Por este motivo, disse Nyusi, a população de Cabo Delgado e de todo o país está grata pela intervenção das tropas ruandesas no país, bem como por todo o apoio estrangeiro.


O presidente acrescentou que a acção conjunta das forças moçambicanas e ruandesas é um exemplo para todo o continente africano, pela forma serena e coordenada como tem sido levada a cabo.


“Quero agradecer a nova missão dada pelo Presidente Kagame, às tropas ruandesas para acompanharem o processo de reconstrução das áreas e infra-estruturas destruídas pelos terroristas em Cabo Delgado”, disse Filipe Nyusi.

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